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Discurso na sessão solene do CC do PCUS, Soviete Supremo da RSFSR comemorativa do 60º aniversário da Revolução de Outubro

2 de Novembro de 1977

Nota: Sessão realizada no Palácio dos Congressos, Moscovo

Camaradas:

Em nome do Comité Central e de todos os membros do PCP, transmito ao Comité Central e a todos os membros do PCUS e, por seu intermédio, ao povo soviético, as mais calorosas e fraternais saudações por motivo do 60º aniversário da gloriosa Revolução Socialista de Outubro.

Comemorar a Revolução de Outubro é comemorar é maior acontecimento histórico da época contemporânea o longo caminho de lutas, vitórias e realizações do pais dos sovietes, o longo caminho de lutas e combates heroicos de outros povos, a transformação do movimento comunista e operário na mais poderosa força política do mundo contemporâneo.

Cada povo e cada partido revolucionário sente legítimo orgulho da sua própria luta e das suas próprias vitórias. Nós, os comunistas portugueses, orgulhamo-nos da luta classe operária e do povo de Portugal, da luta do nosso Partido desde a sua criação em 1921, da resistência ao fascismo nas condições de clandestinidade, do papel importante do Partido nas transformações democráticas realizadas em Portugal desde o derrubamento da ditadura.

Mas salientamos sempre que os sucessos da luta do povo português e do nosso Partido, a expansão em Portugal das ideias do socialismo e do comunismo são inseparáveis das experiências da Revolução de Outubro e de todas as suas repercussões.

Ninguém hoje pretende que as revoluções se possam copiar ou que haja «modelos» de revoluções. A experiência histórica mostra que não só é legítimo como indispensável que cada partido comunista procure na base da realidade descobrir o caminho para a libertação dos trabalhadores e para a vitória do socialismo. É isso que, pela nossa parte, procuramos em Portugal, onde a revolução democrática apresenta numerosas originalidades.

Mas, procurando abrir caminho para o socialismo, não esquecemos que as revoluções socialistas têm necessariamente características essenciais comuns.

O caminho e os objectivos programáticos de um partido revolucionário, por muito grande que seja a novidade da situação e do processo revolucionário no seu próprio país, contrapõem-se, não às experiências vivas e vitoriosas das revoluções socialistas, mas às realidades da sociedade.

O conhecimento e a divulgação, nos países capitalistas e nos libertados do colonialismo, do socialismo real é um dos mais poderosos factores da expansão dos ideais do socialismo e do comunismo e da confiança e determinação dos trabalhadores de lutarem por eles.

Para os trabalhadores dos países capitalistas, o socialismo aparece como o único sistema que dá à democracia um conteúdo político, económico e social, inexistente em qualquer país capitalista, qualquer que seja o seu regime político.

No que respeita a Portugal, nas condições actualmente existentes, a luta pela consolidação da democracia portuguesa e das suas conquistas (designadamente a Reforma Agrária, as nacionalizações e o contrôle operário) constitui a direcção fundamental da luta pelo socialismo e a luta pela concretização da perspectiva socialista da revolução é parte integrante da luta pela defesa e consolidação do regime democrático.

O imperialismo e a reacção mundial desenvolvem esforços colossais para provocar ou estimular dificuldades e divisões entre as forças revolucionárias. O alvo fundamental desses esforços divisionistas, hoje como há 60 anos, continua a ser a URSS

Nós, comunistas portugueses, conhecemos pressões diárias, campanhas, ameaças para que o nosso Partido se afaste das suas firmes posições internacionalistas.

É na luta constante e abnegada em defesa dos interesses dos trabalhadores, das liberdades e das outras conquistas, da Revolução hoje ameaçadas, da independência nacional e na recusa a ceder às pressões da reacção do grande capital, dos agrários, do imperialismo, que o PCP demonstra a sua independência, a sua independência de classe, a sua capacidade de decidir por si, sem intervenções estranhas, internas ou externas, da sua orientação e da sua actividade, para a construção de um Portugal democrático,
livre e independente.

O PCP considera indivisíveis a sua política nacional e patriótica e as suas posições internacionalistas.

E por isso, no 60º aniversário da Revolução de Outubro ao trazermos ao país de Outubro, ao Partido e à Pátria de Lénine as calorosas saudações de combate dos comunistas portugueses, trazemos a confirmação de que o PCP, fiel ao marxismo-leninismo e ao internacionalismo proletário, estará sempre solidariamente activo, ao lado dos partidos irmãos e dos povos em luta contra o imperialismo, de todos os que lutam pela Liberdade e o progresso social, dos países socialistas, do PCUS, da gloriosa União Soviética berço da grande Revolução Socialista de Outubro, cujo 60º aniversário estamos comemorando.

Viva o ideal triunfante da Revolução Socialista de Outubro!

Viva o marxismo-leninismo!

Viva o internacionalismo proletário!

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