Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro

Discurso em Leninegrado na sessão solene comemorativa do 60º aniversário da Revolução Socialista de Outubro

5 de Novembro de 1977

Queridos camaradas:

Aos comunistas e aos trabalhadores da cidade de Leninegrado, berço da revolução que mudou a face da Terra, cidade onde foi instaurado o primeiro governo de operários e camponeses, «cidade dos heróis», transmito calorosas e fraternais saudações de combate do Partido Comunista português, por motivo do 60º aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro.

Se se quisesse traduzir numa curta expressão a síntese dos objectivos da revolução socialista, poder-se-ia dizer que foi realizada para assegurar os direitos do homem: o direito a não ser explorado, o direito a não ser oprimido, o direito a não ser tratado com discriminações e desigualdades resultantes da condição social, do sexo, da nacionalidade ou da raça, o direito a ser livre e a ser respeitado, o direito a viver numa sociedade em que o poder se exerce e a política se traça apenas para servir o bem do homem.

A nova Constituição da União Soviética, consagrando as conquistas e vitórias do povo soviético ao longo dos 60 anos decorridos desde a Revolução de Outubro e traçando as grandes linhas das tarefas futuras para a construção do comunismo, é um brilhante testemunho de que no país da Revolução, na pátria de Lénine, esses direitos foram respeitados, assegurados, traduzidos na sociedade mais justa, mais democrática, mais avançada, que até hoje conheceu a história da humanidade.

Nestas comemorações tivemos a alegria e a honra de nos encontrarmos lado a lado, não apenas com o glorioso partido de Lénine, mas com os representantes de outros países socialistas e de países libertados do jugo colonial, de partidos irmãos e de movimentos revolucionários vindos de todos os cantos da Terra.

Este grandioso encontro marca o reconhecimento e a gratidão dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo pela contribuição decisiva da Revolução de Outubro e das realizações e vitórias da URSS para a sua própria luta e as suas próprias realizações e vitórias.

Aqui vimos representantes de outros países socialistas que, lado a lado da URSS, constituem exaltantes exemplos da construção da nova sociedade.

Aqui vimos representantes dos partidos da classe operária dos países capitalistas, que lutam em condições sociais e políticas muito diversas, em etapas diversas da revolução, procurando os caminhos conformes com a dos próprios países, mas traduzindo todos como aspiração comum o ideal libertador de Outubro.

Aqui vimos também representantes de povos libertados do colonialismo, aos quais a experiência vai mostrando que a via capitalista de desenvolvimento comporta o risco de submissão a novas formas de dominação imperialista e que o aproveitamento dos recursos próprios para o bem do próprio povo e a consolidação da independência nacional indicam a necessidade de uma via de desenvolvimento em direcção ao socialismo.

Outubro é o poder e a libertação dos trabalhadores. Outubro é a igualdade e independência das nações. Outubro é o socialismo e o comunismo, é o marxismo-leninismo, é o internacionalismo proletário. Outubro é o futuro de toda a humanidade.

Camaradas:

A nossa luta em Portugal é muito complexa. A situação actual apresenta sérios perigos. Mas, com a classe operária e as massas populares, o nosso Partido luta e lutará para que seja assegurada a continuidade do regime democrático e para que sejam defendidas as transformação revolucionárias alcançadas, de forma a assegurar à democracia portuguesa do socialismo, que a Revolução de Outubro apontou a todos os povos do do Mundo.

Camaradas:

Em Portugal pensámos no que podíamos trazer ao PCUS como lembrança nesta data do 60º aniversário da Revolução de Outubro. E resolvemos trazer uma lembrança que, à primeira vista pode parecer estranha: trouxemos alguns punhados de grão de trigo.

Aparentemente é um trigo como qualquer outro. Mas para nós, portugueses, não o é. São grãos de trigo da colheita de 1976, a primeira colheita da Reforma Agrária de Portugal, o primeiro trigo semeado e colhido por trabalhadores portugueses em unidades colectivas de produção, onde não há exploradores nem explorados.

Por isso o trouxemos como lembrança dos comunistas e dos trabalhadores portugueses ao partido de Lénine neste 60º aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro.

Vivam os ideais imorredouros da Revolução de Outubro!

Vivam o glorioso partido de Lénine e o povo soviético construtor do Comunismo!

Viva o internacionalismo proletário!

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